É inverno no inferno e nevam brasas. hahahahha


sexta-feira, 30 de agosto de 2013

De novo.

Proporcional ao seu sofrimento era a sua infinita capacidade de rapidamente reconstruir-se,reinventar-se,enxugar as lágrimas e sorrir mesmo que do alto dos escombros. Internamente estava em carne viva,no auge do esgotamento de suas forças,como se esta etapa fosse necessária para chegar ao alívio de ver a reconstrução de suas feridas. Como se fosse fundamental para explicar a ela mesma que era forte,deveria ser,se não jamais suportaria despedaçar inteira. Vez em quando vinha a felicidade fazer um agrado e bicar em sua flor.Era Deus? Enchia-se de ar,estava viva. Do que reclamava? Era mesmo uma ingrata. Desfazia rapidamente o pensamento ao olhar a grama limpa,verde e cortada do vizinho. Porque com ela tinha de ser assim? E deixava para lá de novo porque leu em algum lugar que os ingratos reclamam o tempo inteiro e não queria ser ingrata. Pedia perdão constantemente e nem ela mesmo sabia porquê. Ela não deveria deixar margem ao erro para que tudo não encontrasse um meio de se tornar pior. Agradecia por tudo e por todos com a convicção de que um dia isso tudo iria servir pra alguma coisa. Ironicamente tinha dentro de si uma estranha fé na vida. Era sempre capaz de,de novo. Dos escombros de seu edifício destruído encontrava algo a ser cuidadosamente remodelado. Um azulejo encaixava perfeitamente no outro. Acostumada em juntar pedaços de alma e coração costurava-se,tapava um buraco aqui e outro ali com o atalho de algo ou alguém que tornasse a vida um pouco justificável. Dentro de seus anseios ela mesmo parecia se resolver. Sem transparecer,sorriu. - Bom dia! É dia.
Estava inteira de novo. 

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