Era um vez.

Escrevi uma história. Linda,linda,linda...Mas fui percebendo que ela nunca acabava. Tinha sempre mais alguma coisa pra anotar,mais algum detalhe que não podia passar. Então quando realmente havia colocado um ponto final,percebi que ela ainda não havia terminado também. Escrevi a história de caneta e borrei-a colocando várias virgulas. Dia desses percebi que não gosto mais dela, e resolvi apagá-la. Usei a borracha de caneta, mas isso só fez borrar mais ainda a história borrada. Peguei o corretivo e passei todo por cima dela, mas não adiantou. Ainda dava pra ler, ainda restava o formato das letras dizendo: -Ainda estou aqui. Chorei, me sentindo incapaz de apagar o que eu mesma escrevi... E então borrei mais do que ja estava borrado, e  tinha como? Passei mais,mais,mais corretivo e enfim....Me senti satisfeita ao ver que pude apagar aquilo com minhas próprias mãos. Tentei escrever outra história por cima e não dava mais.Tive que jogar o papel no lixo. Em seguida peguei outro papel e aprendi a desenhar com uma coisa que não provocasse tantos danos.O lápis.Desenhei um coração e apaguei,uma nuvem e apaguei,uma menina feia e apaguei, escrevi a  historia passada, e apaguei. Percebi que não adiantava o numero de papeis em que eu jogasse fora, e não importava quantas vezes eu tivesse que passar a borracha. Não era no papel que eu precisava apagar,mas em mim. Apaguei. Só depois pude então colorir.