É inverno no inferno e nevam brasas. hahahahha


sábado, 4 de junho de 2011

Toc-toc

Depois de tantos dias em casa a caixa da pizza estava em cima da cama, garrafas de cerveja espalhadas pelo chão da sala, roupas com cheiro de mofo,a louça estava totalmente suja e havia semanas que não abria a porta para entregar o lixo. Neste dia a sua campainha tocou. Não era nenhum parente chato, nem o apanhador do lixo,  ou os vizinhos batendo para comunicar a reunião do sindico, era um homem comum batendo em sua porta. Ela viu-se desesperada enrolada em seu cobertor pois fazia tempo que não abria a porta para alguém. E daquele jeito que estava, com o cabelo sujo e oleoso a 5 dias, o viu pedindo uma xícara de açúcar. Não sabia na verdade quem ele era,não aparentava ser um daqueles vizinhos chatos mas parecia não se importar com o seu mau cheiro e com toda aquela bagunça..Chegou de mansinho e adentrou naquele mundo jamais habitado por alguém a não ser por ela mesma. Ela se entregou diante daquele imenso-desmedido-inesperado amor que acabara de nascer por um contratempo...bendita xícara de açúcar! E retomou a sua vida, voltou ao trabalho, e torcia para que chegasse logo em casa...a tão esperada hora que o via. Havia achado o homem perfeito? Saía com ele nas tardes de domingo e se sentia estranha ao seu lado porque ele mais parecia um Deus, algo em que todo mundo passava e olhava encantado. Ela pouco se importava, estava cega, estava louca, estava sozinha.

O homem invisível.

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