Desgosto

E eu era. Todas aquelas coisas ruins de quem falava. E eu tinha. Todos aqueles defeitos que eu tanto apontei. E eu sentia. Tudo aquilo que fingia que não me importava. E eu repetia. Todos aqueles erros que nunca gostei. E doía. Todas aquelas coisas que ninguém imaginava. Doía mais o fato de tentar e não Ser. Tentar ser uma pessoa melhor pra mim,  e pra todos. Um desejo vago que logo se desmancha diante de qualquer doce tentação. Hoje resolvi entregar as armas. Pra quem,não sei, talvez eu viva em uma constante luta-comigo-mesma. Apenas uma garotinha mesmo,esperando ônibus da escola sozinha, e rezando baixo por ser uma menina má. Sou tudo aquilo que contesto, que acho errado, que é feio e que a moral não exige. Sou tudo que mais quero matar em mim.